Do jornalismo ao audiovisual: como o freela permite o intercâmbio de áreas?

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foto: Pexels

Entre criar uma rotina de atividades e viver uma experiência nova todos os dias, o que você escolheria? Quem escolhe ser freelancer, na maioria das vezes, opta automaticamente pela segunda opção.

Foi assim com Talles Braga, jornalista por formação e operador de câmera por oportunidade. Esse intercâmbio de áreas é muito comum no mundo dos freelas.

Em resumo, a história de Talles começa assim: “Sou formado em jornalismo e trabalho como operador de câmera freelancer em produtoras. Comecei a fazer freela quando surgiu uma oportunidade em uma produtora audiovisual. Fiquei um mês como ‘freela fixo’, como se costuma chamar o trabalho em tempo integral, mas sem vínculo com a empresa.” Depois dessa chance, os jobs para essa produtora e para outras também foram surgindo.

Mas não para por aí. O aprendizado foi algo que contou muito para seguir nesse meio. O operador acredita que o mais interessante é a possibilidade de lidar com clientes e parceiros diferentes a cada projeto.

“Um dia você está gravando um vídeo institucional para uma empresa, outro dia um documentário para uma instituição completamente diferente. São temas, formatos e linguagens diferentes em cada trabalho”, comenta. 

A flexibilidade também é apontada como uma vantagem que retém a atenção para esse modelo de trabalho. Mas vale lembrar que apesar de ter horários alternativos para trabalhar, os imprevistos podem acontecer aos montes, assim como em qualquer outra atividade trabalhista. E é preciso saber lidar com isso também.

“No meu trabalho sempre tem muito perrengue. Mudanças de última hora, entrevistas desmarcadas, convidado que falta, isso sempre acontece, faz parte do trabalho.”

O freelance ainda precisa ser mais desenvolvido no Brasil. Um dos pontos de avanço que Talles aponta é a criação do instituto do MEI (Microempreendedor Individual), o qual, segundo ele, trouxe uma oportunidade de regularização para muitos profissionais freelancers e uma relação mais segura com os clientes. Porém, o jornalista lembra que muitas empresas ainda aproveitam o mercado freelance apenas como uma forma de diminuir custos com funcionários e não pagar os direitos trabalhistas.

Quer trabalhar como freelancer também? Aqui vão algumas dicas do nosso entrevistado da semana.

Organização é fundamental

Isso para mim ainda é um desafio. Como a rotina nunca está completamente fechada, é preciso se organizar para estar preparado para cada job, que muitas vezes, surge de última hora.

É preciso se planejar para conciliar os compromissos pessoais

Às vezes você marca alguma coisa para fazer no fim de semana, mas surge um trabalho. E você tem que lidar o tempo todo com isso, mudar a agenda, adaptar seus compromissos.

Tem que aprender a administrar a própria carreira

Você precisa buscar novos clientes e manter os que já tem. Então você está sempre buscando trabalho e isso é um pouco angustiante. Tem que reservar um tempo para isso.

Mantenha-se atualizado 

Nos dias que eu não tenho nenhum trabalho marcado eu aproveito para pelo menos por duas horas me dedicar a assuntos relacionados ao trabalho, ler sobre o mercado, ver referências, pesquisar possíveis clientes.

Faça uma reserva

A renda é variável. Em alguns meses você ganha bem, em outros você pode não ganhar nada. Então eu costumo ter uma reserva de dinheiro para esses momentos de baixa.

E para aqueles que já trabalham, ou pretendem atuar na área de audiovisual, Talles ressalta:

“Neste mercado é muito comum o trabalho como freelancer já que as produtoras nem sempre demandam profissionais em tempo integral, mas de acordo com as necessidades de cada projeto.”

Essa pode ser uma boa área para começar a ‘freelar’. Que tal?

>> Ficou curioso e quer conferir o portfólio do Talles Braga? É só acessar www.tallesbraga.com.br.